domingo, 30 de novembro de 2014

Vale a pena?

Nunca mais me esqueço como foi. Acho que nem que passe a eternidade, me esquecerei. Já lá vão 13 anos desde que fiz o meu Convívio Fraterno. Desde então, a minha vida nunca mais foi a mesma. Às vezes tento imaginar como ela teria sido se não tivesse feito esta experiência. Certamente teria encontrado Deus de outra maneira. Afinal, Deus nunca desiste de nos procurar mesmo que nós andemos longe. Certamente a vivência da minha fé teria continuado. De outras formas. Com outras pessoas a ajudar-me a crescer. Noutros lugares. Noutros cenários. Certamente. Ou se calhar não. Se calhar, o meu sim àquele desafio, foi o sim que mudou a minha vida. Que mudou a forma como comecei a aceitar Jesus Cristo no meu coração e que nunca mais me deu sossego. Se calhar, aquele encontro profundo comigo e com Deus, foi o momento que marcou para sempre a maneira como, a partir daí, orientei o meu caminho. Entretanto, já me formei, já casei, já  passei por momentos menos bons, já me afastei algumas vezes (mas nunca o suficiente para me afastar de vez), já tive uma fé (aparentemente) inabalável e já tive muitos momentos de dúvida, já me questionei se valeria a pena e já me apeteceu muito desistir. Mas depois, lembro-me daquela experiência de há treze anos (caramba, treze anos é muito tempo não é?), e da sensação de plenitude e da presença tão viva de Deus, que senti naquela manhã de Agosto após os três dias de Encontro e lembro-me das centenas de jovens que passaram pela mesma experiência e penso que sim. Que afinal vale mesmo a pena.
A maneira como Deus se mete no nosso caminho é muito engraçada! Não conhecia a pessoa que me convidou para fazer o Convívio Fraterno número 833. Soube que se chamava Marina e pouco mais. Desde então, nunca mais a vi. O certo, é que essa ilustre desconhecida, sem saber, ajudou a traçar os planos que Deus tinha para mim. E isto faz-me pensar que afinal o que Deus nos pede, é tão pouco!...Lançar as sementes, esperar que elas cresçam e dêem fruto. Algumas dão, outras não. Mas a semente fica lá. A semente fica (quase) sempre. Até acredito que muitas vezes, fique no quentinho da terra anos a fio até um dia germinar. Acredito mesmo! 
A minha semente germinou. Sei que muitas vezes, a colheita não é tão boa como o Pai gostaria, mas sei também que, pelo menos, não estou sozinha e tenho muitas pessoas que me ajudam a cuidar dela. Pessoas maravilhosas com quem eu não me teria cruzado se não tivesse feito o meu Convívio Fraterno. Gente que é Igreja Viva. Gente que, com todas as fraquezas e limitações que possa ter, caminha ao meu lado e não me deixa cair. Gente que me ajudou a saber partilhar, tolerar, perdoar e crescer em grupo e como irmãos que é como o Pai quer que vivamos. Pessoas que eu sei que estiveram sempre ao meu lado, nos momentos importantes e decisivos e naqueles mais banais e rotineiros. Mesmo quando não estavam fisicamente.
Um dia, ainda vou agradecer à Marina o convite que me fez. E vou dizer-lhe que o desassossego que isto me trouxe foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. E que valeu a pena. E que valeu-me a vida. 

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