sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Das coisas (realmente) importantes

Alguém de quem gosto, está sofrer. Abro o facebook e vejo "indirectas", rancores, odiozinhos de estimação. E alguém de quem gosto está a sofrer. E depois, vejo "os cinco passos para se tornar alguém de sucesso". E alguém de quem gosto está a sofrer. E vejo "os 10 erros que devem ser evitados na maquilhagem". E alguém de quem gosto, continua a sofrer. Então percebo como, perante as coisas importantes da vida, tudo o resto se torna ridículo e absurdo. E percebo que a vida grande e inteira, a vida a sério, está longe (muito longe) da mesquinhez em que queremos transformá-la....às vezes, porque somos demasiado fracos para levá-la a sério...outras vezes, porque andamos enganados a respeito daquilo que é realmente importante. Quando alguém de quem gostamos está a sofrer, tudo o resto fica pequeno porque o amor é sempre maior.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Da decepção, do medo e da coragem

Um dos maiores medos da minha vida é o medo de perceber que as pessoas de quem gosto, afinal, não gostam assim tanto de mim. É um medo infantil, bem sei. Não podemos gostar todos de toda a gente...é a vida...Mas apesar de eu estar longe de ser exemplo de bondade e de virtude, nunca lidei muito bem com a maldade humana. Aquela maldade de gente que faz de tudo para magoar, só pelo simples prazer de ver o outro em baixo (e de se ver em cima). Aquela maldade gratuita e às vezes disfarçada de boas intenções. Lido mal com isso. Faz-me mal. Fico atrapalhada e nunca sei o que dizer nem como agir. Se a intenção dessas pessoas é porem-me para baixo, tenho a dizer que conseguem e que sim senhor podem continuar até me arrasarem por completo. Não sou forte. Ou melhor...quando sinto carinho pelas pessoas e depois vem de lá algo mau (ou então quando não vem de lá coisa nenhuma quando seria suposto vir) fico mal. Isso acaba comigo. É por isso que, às vezes (tantas vezes ao longo da minha vida!) preferi ficar no meu canto a ter de enfrentar determinadas situações que me mostram quem realmente está (ou não) comigo. Mas agora, talvez tenha chegado a hora de acabar com esse medo maldito que acaba comigo aos poucos. Talvez tenha chegado a hora de parar de ser como o servo medroso que enterrou o talento por causa do medo. Agora, é a hora da coragem. Sei bem que não será fácil...mas o Pai, que vê o coração, sabe que é por Ele. Ele sabe disso. Ele sabe tudo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Oração

Pai
Que tudo o que me move seja amor.
Que os meus gestos e as minha palavras sejam de amor
Amor de verdade. Aquele amor que ensinaste aos homens.
Que a escuridão do medo não me impeça de levar ao mundo esse amor.
Que o brilho do mundo não ofusque os meus olhos e me impeça de ver o essencial.
E o essencial e sempre o amor.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Um pouco mais de coração, por favor.

Ter coragem e ser humano, é assumir riscos, ainda que, com medo. Talvez seja fácil falar quando a dor não me bate directamente à porta mas parece-me altamente desumano não ajudar porque há riscos...Afinal amar, não implica arriscar? Dirão os mais prudentes que isto é uma perspectiva demasiado romântica da questão e que quando as coisas azedarem aí é que vai ser e que quando começar a correr mal, os que hoje se manifestam a favor da ajuda e do acolhimento vão engolir cada palavra e que e que e que...mas de que tem servido, afinal, a prudência e o realismo dos homens entendidos e seguros? De que nos valem estas "seguranças" de uma Europa fechada no seu mundinho dourado cheio de "valores" e "regras" e solidariedade que afinal, é uma palavra sonante e que fica bem, mas depois não passa disso...de uma palavra sonante e que fica bem? De que tem servido pensar tantas vezes antes de decidir SER mais em vez de TER mais?...SER mais humano, SER mais fraterno, SER mais solidário em vez de TER mais segurança, TER mais estabilidade, TER mais tranquilidade...De que tem servido? É que eu olho para o mundo e vejo sofrimento, injustiça, desigualdade, fome, miséria, dor...muita dor de gente que perdeu tudo e que tem exactamente o mesmo direito à vida que tenho eu e que tens tu. Não será preciso afinal, um pouco mais de coração? Não será preciso deixar de calcular riscos e ir buscar novamente as raízes cristãs que alguns (que nunca se lembraram de tal coisa na sua vida) decidem agora defender para justificar a não ajuda a PESSOAS que sofrem horrores? Será que não foi este egoísmo que lançou a humanidade para este precipício? Onde nos vai levar o olhar constante para o nosso umbigozinho, para os nossos medinhos, para as nossas certezinhas estúpidas e estéreis? Neste momento há, nas nossas fronteiras "solidárias e acolhedoras" milhares de crianças com fome que fogem à guerra. Há milhares...mas e se houvesse apenas uma? Seria suposto colocar em causa ajudar? Se houvesse apenas uma... Mas há milhares. Milhares. Em que parte da história o homem perdeu o coração? 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Pai que é Pai, chora.

Dói-me Senhor... A Ti, também te deve doer...quem ama sofre e sei bem que Tu amas esta humanidade ferida. Sei bem que deves chorar quando vês os teus filhos desesperados. Dizem que és "Todo Poderoso" mas eu não acredito que esse poder te dê o poder de não chorar perante tanto sofrimento. Pai que é Pai, chora... E certamente que Tu choras, impotente perante o "não" que não podes proferir por seres o Deus da liberdade e do amor.
Desculpa o atrevimento mas hoje, só hoje, Tu que podes tudo, podias mudar os teus critérios e dizer um não...impedir todas as loucuras que acabam com o Teu sonho criador e que destroem os planos tão bonitos que deves ter no Teu coração...Hoje, só hoje Pai, podias travar a maldade...eu sei que Tu podes...ou se calhar não. Se calhar, talvez não possas porque esse amor, que não cabe na minha compreensão, não te permite a justiça que eu desejaria e que me tolda de raiva o coração...é por isso que hoje não compreendo porquê e isso dói-me...ajudas-me a aceitar?  

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

...

Quando vi a foto do menino sírio morto por causa das atrocidades que o estado islâmico anda a fazer, pela primeira vez na vida, acreditei no Inferno.