terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Gostar ou não gostar...

Não podemos gostar todos uns dos outros. Não podemos. Gostar de alguém, muitas vezes não depende de nós. Posso não gostar de alguém porque fala demasiado alto ou porque sorri pouco, ou porque é demasiado emotivo ou por ser demasiado calado...ou então, porque me fez alguma coisa que me magoou ou que magoou alguém de quem eu gosto…Poderá haver um sem número de razões. Por isso, o contrário também acontece e nem todos podem gostar de nós. Claro que não e toda a gente com mais de doze anos sabe disto.
O que não pode acontecer é, não nos darmos a oportunidade de passarmos a gostar de alguém de quem não gostamos. É à partida, pormos de lado aquela pessoa só porque uma vez há uns anos passou por mim e não me disse olá ou porque “não vou com a cara dela(e) é uma (um)  sonsa(o)” então porquê? “não sei mas não vou com a cara dela(e)”.
Isso não. Isso não é humano nem cristão. Isso é construir muros e os cristãos devem construir pontes. Não pode acontecer que, não gostando de alguém, sejamos tendenciosos a ponto de achar que, tudo o que esse alguém fizer, está mal feito mesmo que esteja bem caramba. Não pode acontecer estarmos sempre de pé atrás mesmo que a pessoa nos dê provas de que afinal até pode conquistar a nossa amizade (ou pelos menos a simpatia). Isso é fechar-se à dádiva do outro.

Não sei se isto tem alguma serventia, mas as pessoas que neste momento me dizem mais são aquelas de quem, inicialmente não tinha lá grande opinião. Também pode acontecer continuarmos a não gostar e pronto. Mas pelo menos, tentamos. Pelo menos isso.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

1257


Senhor nosso Pai
Obrigada. 
É esta a única palavra que me sai de dentro ao pensar no que aconteceu no fim de semana passado.
Obrigada.
Mas este obrigada é grande. É enorme. Não cabe nas letras que a formam porque onde Tu te metes, Pai, tudo fica sempre demasiado grande para ser dito em palavras. 
Obrigada. 
Pela Tua presença, pela certeza de estares, pela doçura com que nos falas. Pela Tua Palavra que é sempre nova, ainda que escutada mil duzentas e cinquenta e sete vezes e que mexe com o coração e o estremece de alegria.
Obrigada.
Por nos escolheres, a todos, para nos darmos a todos, de igual forma e de formas diferentes e criativas e vivas e maravilhosas porque essas maneiras novas de te tornarmos presente são fruto do sopro do Espírito que não nos deixa sossegados mas que é o único que consegue dar-nos a paz do desassossego. 
Obrigada.
Pelas pessoas e pelo Advento e pelo Advento vivido pelas pessoas que caminham comigo. 
Obrigada.
Pelo Amor feito gente que és Tu e que és Tu no outro.
Obrigada Papá, por seres a GRANDE Maravilha que dá sentido à minha vida, apesar de todo o cansaço, das dores nas costas, da voz rouca, das noites mal dormidas, das inseguranças, dos medos... És Tu Quem vale a pena. És Tu meu Senhor.
Amo-te. 
Obrigada.

domingo, 30 de novembro de 2014

Vale a pena?

Nunca mais me esqueço como foi. Acho que nem que passe a eternidade, me esquecerei. Já lá vão 13 anos desde que fiz o meu Convívio Fraterno. Desde então, a minha vida nunca mais foi a mesma. Às vezes tento imaginar como ela teria sido se não tivesse feito esta experiência. Certamente teria encontrado Deus de outra maneira. Afinal, Deus nunca desiste de nos procurar mesmo que nós andemos longe. Certamente a vivência da minha fé teria continuado. De outras formas. Com outras pessoas a ajudar-me a crescer. Noutros lugares. Noutros cenários. Certamente. Ou se calhar não. Se calhar, o meu sim àquele desafio, foi o sim que mudou a minha vida. Que mudou a forma como comecei a aceitar Jesus Cristo no meu coração e que nunca mais me deu sossego. Se calhar, aquele encontro profundo comigo e com Deus, foi o momento que marcou para sempre a maneira como, a partir daí, orientei o meu caminho. Entretanto, já me formei, já casei, já  passei por momentos menos bons, já me afastei algumas vezes (mas nunca o suficiente para me afastar de vez), já tive uma fé (aparentemente) inabalável e já tive muitos momentos de dúvida, já me questionei se valeria a pena e já me apeteceu muito desistir. Mas depois, lembro-me daquela experiência de há treze anos (caramba, treze anos é muito tempo não é?), e da sensação de plenitude e da presença tão viva de Deus, que senti naquela manhã de Agosto após os três dias de Encontro e lembro-me das centenas de jovens que passaram pela mesma experiência e penso que sim. Que afinal vale mesmo a pena.
A maneira como Deus se mete no nosso caminho é muito engraçada! Não conhecia a pessoa que me convidou para fazer o Convívio Fraterno número 833. Soube que se chamava Marina e pouco mais. Desde então, nunca mais a vi. O certo, é que essa ilustre desconhecida, sem saber, ajudou a traçar os planos que Deus tinha para mim. E isto faz-me pensar que afinal o que Deus nos pede, é tão pouco!...Lançar as sementes, esperar que elas cresçam e dêem fruto. Algumas dão, outras não. Mas a semente fica lá. A semente fica (quase) sempre. Até acredito que muitas vezes, fique no quentinho da terra anos a fio até um dia germinar. Acredito mesmo! 
A minha semente germinou. Sei que muitas vezes, a colheita não é tão boa como o Pai gostaria, mas sei também que, pelo menos, não estou sozinha e tenho muitas pessoas que me ajudam a cuidar dela. Pessoas maravilhosas com quem eu não me teria cruzado se não tivesse feito o meu Convívio Fraterno. Gente que é Igreja Viva. Gente que, com todas as fraquezas e limitações que possa ter, caminha ao meu lado e não me deixa cair. Gente que me ajudou a saber partilhar, tolerar, perdoar e crescer em grupo e como irmãos que é como o Pai quer que vivamos. Pessoas que eu sei que estiveram sempre ao meu lado, nos momentos importantes e decisivos e naqueles mais banais e rotineiros. Mesmo quando não estavam fisicamente.
Um dia, ainda vou agradecer à Marina o convite que me fez. E vou dizer-lhe que o desassossego que isto me trouxe foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. E que valeu a pena. E que valeu-me a vida. 

domingo, 12 de outubro de 2014

Em dia de festa da Eucaristia...

pergunto-me se a Eucaristia é para mim, verdadeiramente, uma festa
e pergunto-me se, ao participar, estou de facto a PARTICIPAR de ALMA e CORAÇÃO e não apenas com a BOCA e com OS OLHOS
e pergunto-me se a Palavra faz algum eco na minha vida e não representa apenas um aglomerado de palavras que vão lendo e que eu acho muito bonitas mas que depois não me convertem
e pergunto-me se, ao terminar a Eucaristia, na qual eu participei e até cantei e até li e até "dei a paz de Cristo", vou para a minha vida e levo essa alegria e essa paz e essas palavras que me incomodam e inquietam por me fazerem pensar que sou importante e que Deus quer muito precisar de mim
e pergunto-me se esta partilha em redor do altar, é REALMENTE uma partilha, um "dar-se" ao outro e um "receber" do outro
e pergunto-me se vou à Eucaristia porque "tem de ser" ou se o faço com a paixão daqueles que se deixaram seduzir por Jesus e acreditam que Ele está vivo e que quer participar realmente na minha vida...
E após tantas perguntas, muitas vezes, prefiro fingir que não sei as respostas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Há dias em que não dá mais...

...e a motivação desaparece
e a vontade e a confiança e a esperança anulam-se perante o imenso esforço que é necessário fazer para seguir
E uma imensa vontade de desistir apodera-se do coração.
Uma imensa e violenta vontade de desistir...

Até que...olho para a Tua cruz
E sinto-me infinitamente cobarde
Infinitamente pequena.

E é essa pequenez,
que me dá coragem.
A coragem suficiente para seguir.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Dúvida



Se Deus é liberdade, Se Deus nos deu (deu, de graça, sem contrapartidas nem condições) a liberdade, porque razão insistimos em viver aprisionados? 
Porque razão estamos constantemente a arranjar desculpas para não fazer o que o nosso coração nos implora? 
Porque razão passamos a vida a lamentarmos os grilhões com que escolhemos prender as próprias mãos e as mordaças com que escolhemos tapar a própria boca?
Não será isto o mal a dar cabo de nós? 
Não será isto o pecado da não confiança, 
da desesperança, 
do comodismo, 
da preguiça? 
Haverá maiores pecados do que aqueles que nos tiram a liberdade? 
Haverá maiores pecados do que aqueles que nos anulam sem, no entanto, exaltarem ninguém?
Haverá maiores pecados do que aqueles que nos matam a certeza da fidelidade de Deus?
Haverá maior pecado do que desperdiçar a vida?
Haverá?

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Que eu veja!

Tenho-me sentido inquieta com a minha maneira de viver. Acho que ando a viver de um jeito que Tu não sonhaste para mim. Portanto, só pode ser de forma errada.  
Sei que tenho de me libertar de algumas coisas que andam a impedir-me de ser feliz. Mas tenho medo (sempre o medo a dar cabo da vida das pessoas)... 
Hoje Pai, quero pedir-te, se me permites, que a tua luz (aquela luz que ilumina tudo cá dentro e que torna tudo tão nítido e simples) acabe com este medo escuro de dar os passos necessários. 
Peço-te Senhor, como te tenho pedido todos os dias, como te pediu o cego Bartimeu: "Que eu veja!". Que tudo aquilo que polui o meu olhar seja dissipado pela luz do teu amor. 


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nos braços de Jesus

Não sou mãe e por isso não consigo imaginar a dor de perder um filho. Deve ser muito maior do que qualquer outra. A maior de todas. 
Ontem, quando fiquei a saber que a menina que lutava há uns meses contra o cancro, a Leonor, tinha partido, fiquei com o coração apertado e uma revolta apoderou-se de mim. 
Depois, o primeiro pensamento que me ocorreu, é que de facto, não somos donos nem senhores de coisa nenhuma e não pertencemos, definitivamente, a este mundo. Somos talhados para outra coisa. Algo que deve ser maior e mais belo do que tudo o que conhecemos ou imaginamos. A mãe da Leonor, escreveu que agora, ela "regressou aos braços de Jesus". Achei esta imagem tão bonita que não consegui evitar as lágrimas. Este "regresso" significa que foi de lá que viemos. Foi lá que fomos pensados e sonhados e que um dia, regressaremos. Apesar de não conhecer esta família, acredito que foi a fé que os manteve de pé nesta luta pela vida. 
Nestes últimos tempos, em que o mundo anda em sobressalto com tantas guerras, fundamentalismos assassinos, doenças mortais, e mais um sem número de tragédias que desgraçam a vida a milhões de pessoas, olho incrédula para a gigantesca contradição que existe na  humanidade a ponto de, enquanto tantos lutam pela vida, outros fazem questão de destruí-la. 
Quem ama, sofre quando vê a desgraça daqueles que ama. Por isso, eu acredito que Deus, que é Pai, deve sofrer com isto. O coração Dele deve estar apertado com tanta escuridão. E a sensação de impotência perante tudo isto é tão grande que só queria não pensar, não saber, não me importar. 
Fico horrorizada quando vejo notícias de idosos abandonados ou agredidos ou de famílias que vivem na miséria...mas quando o assunto são crianças mal tratadas, o horror aumenta e acho que a esse é o maior dos crimes.
A Leonor é o caso de uma menina que, pelo que sei, lutou sempre com um sorriso pela vida e que teve a imensa sorte de, apesar da doença cruel, ser amada. Mas por esse mundo fora, há, milhares de crianças que partem sem sequer saber o que é ter uma família que as ame e que já não sabem sorrir. Meninos e meninas a quem foi arrancado tudo. E esta ideia faz-me ter vergonha de pertencer à humanidade. 
Consola-me acreditar que o abraço de Jesus é grande e que nele, cabem todos aqueles que partiram cedo demais. Que a Leonor e todas as crianças que estão nos braços de Jesus, intercedam por este mundo que está realmente a precisar de anjos que o guardem de todo o mal que anda à solta no coração de tantos homens. 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A sete dias

Estou descrente. Não em Deus, mas nas pessoas. Em mim também, claro, que eu não sou muito diferente do resto. Descrente porque somos estúpidos. Porque somos mesquinhos e invejosos. Porque somos egoístas, comodistas e medrosos. Porque apesar de sermos a menina dos olhos de Deus, continuamos a não entender nada de nada de amor. Estou cansada da humanidade em geral. Cansada da minha humanidade também, por não conseguir passar por cima dos meus medos, dos meus preconceitos das minhas pequenices parvas que não me deixam ser inteira, feliz e completa como o Pai quer. 
Estou a poucos dias do meu casamento e devia estar feliz. E estou. Mas também estou assim...desconsolada. Os momentos importantes revelam sempre muitas coisas dos outros e de nós. Coisas boas e coisas menos boas. Mas eu não consigo que as coisas boas se sobreponham às menos boas. Não consigo. Porque gosto de pessoas que não gostam de mim e isso deixa-me triste. É infantil, eu sei. Mas é a verdade. Toda a gente crescida sabe que é assim. Que há afinidades,que há preferências e eu também as tenho. E se calhar, haverá pessoas que ficam magoadas porque talvez gostem mais de mim do que eu delas...mas isto é cruel! Não devíamos gostar todos uns dos outros e acabava-se a injustiça? A sete dias do meu casamento, estou com a sensibilidade toda, todinha à flor da pele. Qualquer palavra, gesto ou sorriso duvidoso, deixa-me em prantos. 
O que vale é que o Bruno é prático e quando me vê a lágrima no canto do olho por motivos parvos, começa a fazer-me cócegas e tudo fica melhor.  

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Essencial

Alegria                    Tristeza
                                                        Ansiedade                                    Amor
          Decepção                                                  Angústia                                      Preocupação

Medo                                          Confusão                                      Certeza                                 Dúvida



São tantas emoções juntas! Não estou a conseguir entender-me nesta confusão que se instalou cá dentro. Desculpa se não consigo deixar de dar ouvidos a estes ruídos que estragam a beleza do caminho e não me deixam ouvir a Tua voz mansa e humilde.
Que difícil Senhor é a mansidão e a humildade! Que difícil é conseguir calar a ira e o orgulho que tantas vezes me arrebatam com uma violência que me deixa sem coragem de reagir. 
E nesta altura da minha vida, em que há tanto para pensar, tanto para tratar, tanto para terminar...que eu não esqueça o essencial. E o essencial é SEMPRE Tu. É isto que tranquiliza o meu coração. Saber que posso duvidar de tudo, mas não da Tua fidelidade. Não do Teu amor. 
Felizes os mansos. Felizes os humildes. Ajuda-me Senhor...Sozinha não sou capaz. Mas contigo tudo posso. 
Que no final, fique apenas o essencial. E que eu tenha a coragem de seguir.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Porque é que vamos casar?


Vou casar com o Bruno. O Bruno é uma pessoa que conheço há alguns anos e que nunca me disse grande coisa até ao dia em que, numa brincadeira, alguém decidiu aproximar-nos. 
Começaram as trocas de mensagens, os cafés, as conversas e pronto. Estou a um mês de me casar com o Bruno. O Bruno não é perfeito mas faz-me rir e os abraços dele são os melhores de sempre. Não temos tudo em comum mas temos em comum o suficiente para conseguirmos viver sem parecermos de planetas diferentes. Ambos temos paixão pela música, ambos gostamos de pizza e ambos somos do FCP. 
Mas aquilo que nos fez querer casar não foi nem a música, nem as pizzas nem a bola. 
Decidimos casar porque acreditamos em sinais e porque acreditamos que o casamento (pela Igreja) é um sinal. Eu e o Bruno não acreditamos num Deus mudo e distante que vive lá no céu e que de vez em quando se decide armar em todo poderoso e mandar uns castigos quando as pessoas se portam mal. O nosso Deus é um Deus cheio de amor que nos deu vidas que se vão cruzar e transformar-se numa só (que bonito!) 
É por isso que vamos casar. Porque acreditamos no amor. No nosso e no de Deus que é maior que tudo. Às vezes, oiço pessoas dizer que não vale a pena, que o casamento está em decadência, que é preciso ter vidas "organizadas" e "estáveis" e que é preciso pensar bem e que é preciso ter cuidado e que é preciso programar o futuro e o enxoval e a casa e o trabalho e o orçamento...E é. É preciso ser prudente. Mas não a ponto de se ser descrente. Não a ponto de colocar todas as coisas à frente do essencial. E para nós, o essencial é o amor. Não aquele "amorzinho" confortável d'"o amor e uma cabana" mas sim "o amor e uma casa" construída e alicerçada sobre a rocha do amor e da Palavra de Deus.
Queremos um dia bonito, que marque a nossa vida e as vidas das pessoas que nos são queridas. Queremos uma festa de arromba, queremos dançar até doerem os pés. Queremos um dia memorável. Mas queremos sobretudo que este sinal do amor de Deus que acontece, nos permita construir beleza no mundo. Juntos. Com todas as dificuldades que nos possam aparecer pela frente mas com a certeza e com a recordação de que Deus nos deu (mais um) sinal do Seu amor. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Um cansaço enorme, sufocante, que me paralisa. Estou cansada Pai. Cansada.
Deixa-me aconchegar no teu colo e chorar este cansaço. Abraça-me com os teus braços infinitos e ajuda-me a entender que está tudo bem. Que se estás comigo, está tudo bem.
Diz-me ao ouvido que me amas. Diz-me mais uma vez. Preciso dessa certeza. E deixa-me adormecer no teu colo.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O mais difícil de tudo


Ser autêntico. Sem máscaras nem mentiras. Estar-se "nas tintas" para uma sociedade que nos quer todos iguais. 
Não ter facebook e viver bem com isso. 
Deixar vidas medíocres, "estáveis" e "certinhas" para abraçar projectos grandes, mesmo que isso provoque incompreensão. Mesmo que nos chamem insensatos, doidos, desvairados. E viver bem com isso. 
Assumir a fragilidade. Assumir a sensibilidade. Assumir-se como se é. E viver bem com isso.
Eis o mais difícil de tudo. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

É um choro cá dentro que não é chorado. Um sufoco, uma ansiedade, uma incerteza, uma angústia.
São os fantasmas que me oprimem. Com vozes estridentes e mãos violentas.
Mas Tu não me abandonas. Eu sei. E é essa certeza que me permite seguir.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A dureza de Te amar

Amar-Te é duro porque muitas vezes, exige transformar o coração num saco de pancada e ainda assim, seguir. Amar-Te é duro porque muitas vezes, essas pancadas vêm de mãos que não esperamos. 
Gosto muito de ti Jesus. Mas ainda não gosto o suficiente para aprender a lidar com estas coisas sem me sentir profundamente magoada. Acho que gostar de Ti a sério, deve ser um antídoto poderoso contra o veneno do desencanto. Mas eu, ainda me desencanto tanto com a maldade. Por isso, acho que tenho de aprender a gostar mais de Ti. E amar-Te é duro porque exige (pelo menos) fazer um esforço por perdoar quem não gosta de nós e nos escurece a vida. Mas amar-Te é isso. E esse esforço é o maior dos esforços. E eu não sei se consigo, mas às vezes, acho que não. Às vezes, as minhas palavras perdoam mas o meu coração não. E isto, também me desencanta. 
Disseram-me que amar-Te era duro e eu pensei que talvez fosse exagero. Mas não é. Resta-me a certeza da Tua fidelidade e do teu amor. E é esse amor, a única força que me permite seguir, mesmo com o coração transformado num saco de pancada.
Por Ti e SÓ por Ti. 


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Colo

Às vezes, Pai, preciso de escutar a Tua voz.
Outras vezes, preciso que sejas tu a escutar-me.
Às vezes, preciso de um sinal que me indique um caminho
Outras, preciso de respostas para o que não entendo.
Às vezes preciso de tanta coisa! 
Hoje só preciso de um colo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Anunciar Jesus tem de nos causar borboletas na barriga


Hoje o meu coração divide-se entre uma grande alegria e uma decepção não muito grande, mas que estraga a alegria. A alegria vem do fim de semana, vivido na fraternidade e na partilha da fé. A decepção, vem das atitudes de algumas pessoas que se dizem cristãs e que "anunciam" Jesus. Às vezes, a decepção, vem de mim própria também. É que anunciar Jesus, é muito mais que uma mera "piedosa obrigação cristã" como método para atingir a salvação. Anunciar (e viver) em Jesus, não pode ser um fardo, um "TPC" para fazer quando chegamos a casa, no final de um dia de trabalho. Se é assim que encaramos isto de evangelizar, ainda não entendemos a verdadeira dimensão de ser cristão.
Anunciar Jesus tem de ser bom. Tem de nos fazer bem. Tem de ser entusiasmante e radical e bonito. Tem de nos causar borboletas na barriga.
Jesus tem de ser o amigo de sempre. De todas as horas e não apenas das horas mais tristes e difíceis. Tem de ser Aquele a quem pedimos opinião quando temos em mãos uma decisão importante. Aquele que vai connosco para o bar, para a noite e para o shopping. Jesus tem de ser para nós natural como respirar ou como a chuva. E tem de nos incomodar como a chuva, se for necessário. Se Jesus nos incomodar é bom sinal! É porque deixámos que Ele se metesse na nossa vida. Jesus é uma opção de vida e optar por Ele é difícil e já todos sabemos disto. Mas mesmo sabendo disto, fingimos que essa opção pode até nem ser radical. Moldamos o Deus de Jesus Cristo à nossa imagem e aí vamos nós com as nossas "excepções à regra" criadas pelo nosso egoísmo. "Detesto que fales de mim, MAS se eu falar de ti, talvez nem seja tão mau assim porque afinal, até mereces". " Detesto que me apontem falhas, MAS se eu apontar falhas a outros, estou a ser directo e frontal." E quando enchemos a boca para dizer que "correu mal" mas não mexemos um dedo para ajudar ou para fazer melhor? E as nossas ironias? E as nossas hipocrisias? E as nossas antipatias de estimação? E os nossos risinhos cínicos quando alguém faz ou diz alguma coisa que não vá de encontro aos nossos padrões?
Se este texto é uma indirecta? Não. É uma directa.
É que esta decepção que me pesa aqui no coração, dói-me. A sério. E esta foi a forma mais delicada que encontrei de exorcizar esta coisa má que me ficou cá dentro e que mata as borboletas que sinto na barriga, quando anuncio Jesus.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Quando me falas de maneira inesperada

Pai:
Hoje de manhã, pela canção que ecoava no meu rádio, levaste-me a rezar assim:

"...E há-de haver outra maneira,
De contar a quem não sabe,
Se me dás a Vida inteira,
Porque só vivi metade?..."
Voámos em Contra mão (Pedro Abrunhosa)

E esta pergunta ficou a ecoar na minha cabeça e no meu coração.

Porque razão insisto em viver pela metade, a vida que me dás inteira e que é graça do teu amor?
Porquê Papá?...
Espero hoje uma resposta Tua.

Com amor
Fabíola

domingo, 5 de janeiro de 2014

Pensamentos de Ano Novo

O início de um novo fala-me sempre com a voz da esperança. 

Só faz sentido olhar para trás quando não deixamos lá (atrás) os nossos olhos. Mas se não os deixarmos, faz todo o sentido olhar para trás. 

Para o Novo Ano desejo ter o entusiasmo de, em cada dia, ver um recomeço. E não desistir nunca de recomeçar.