domingo, 1 de fevereiro de 2015

Da serenidade

A serenidade vem com o tempo. O meu coração sempre foi uma montanha russa que me levava até ao céu e que no minuto seguinte, se despenhava a mil à hora até ao fundo do fundo. Acho que há coisas que não mudam e eu, a menos de um mês de completar trinta anos (trinta meu Deus!) continuo a sentir-me, muitas vezes, como se tivesse quinze e pudesse mudar tudo só com a minha vontade. Mas agora, a minha vontade serenou e eu já me previno com uns compridos contra o enjoo, não vá a montanha russa atirar-me lá para baixo outra vez. 
As dúvidas e as crises continuam. Mas serenaram. Falam baixinho agora. E se começam a querer levantar a voz, sou eu quem as cala porque chegamos a um momento da vida em que nos cansamos do barulho do próprio coração. Então, a aventura passa a ser desafiante, não pela quantidade de abismos que temos de saltar mas pela quantidade de vezes que conseguimos desviar a rota e trilhar caminhos planos sem grandes sobressaltos.
A serenidade vem com o tempo e o tempo começa a ter um sentido novo quando começamos a conseguir atravessá-lo gritando menos e escutando mais.  É o silêncio que nos serena o coração. O silêncio e a escuta do essencial. 

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